Pela manhã o sol amarga a boca
enquanto o galo, alheio à clarividência,
canta seu lamento imutável
.
Sobre a mesa o café está frio
o pão perdeu a leveza e o significado.
O girassol, faz tempo,
continua só e abandonado à beira do rio
.
Olhai com perdão para esse girassol
que só e único se avoluma amarelo
de um amarelo intenso
bem mais amarelo bem mais intenso
do que se pode permitir a uma flor
que se definha à beira do rio
.
Ele não tem coragem de morrer
e não tem forças para viver
.
O que será do amanhã
se logo pela manhã
o sol deixa a boca amarga?
.
Oswaldo Antônio Begiato
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