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Fotografia Elena Indoitu
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Deixem passar quem vai na sua estrada.
Deixem passar
Quem vai cheio de noite e de luar.
Deixem passar e não lhe digam nada
Deixem, que vai apenas
Beber água de sonho a qualquer fonte;
Ou colher açucenas
A um jardim que ele lá sabe, ali defronte.
Vem da terra de todos, onde mora
E onde volta depois de amanhecer.
Deixem-no pois passar, agora
Que vai cheio de noite e solidão
Que vai ser uma estrela no chão.
Miguel Torga
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2 comentários:
Flor,
este poema de Torga é uma canção aos corações solitãrios. Parabéns pela escolha, como sempre de bom gosto poético.
Bjs.
Torga é sempre assim: atinge em cheio.
Boa semana, querida amiga.
Bjs.
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