Fotografia de Anke Merzbach
Quando era infância
tive o meu caderno de chuvas:
algumas rasuradas, outras
fiéis cópias dos deveres do céu.
Quando era infância,
minhas chuvas eram as águas
do que poderiam ter sido:
fruto de rios bem cursados.
Mas herdei a chuva ancestral
que põe umidade na alma
e passa o ano a acarinhar
a palidez das poças de lama.
E é a mesma água que ainda sonha
os grandes oceanos.
André Ricardo Aguiar
3 comentários:
Quando deixamos de ser infância ?
e a água ainda sonha oceanos ?
meu caderno de chuvas ainda hoje é rasurado e a umidade da alma a esquento ao sol.
beijinhos flor
A infância, lugar do ouro da nossa existência, ficará sempre em nós.
Querida Flor, tem um bom Domingo.
Beijinho
Adoro passear por aqui!... beijos pintados.
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