.
.
Repara no meu rosto e mede
a profundidade das minhas rugas.
Observa de perto o meu cabelo branco
e passa os dedos pelas minhas cicatrizes.
Tudo isso é a árvore que eu sou.
.
Da copa inatingível e secreta
até ao abismo das fundas raízes.
Se me falares baixinho lembrarei
as suaves brisas de Outono e desprenderei
abraços dos meus ramos em folhas sedosas
para te atapetar o caminho.
.
Se um dia te cansares de mim
corta-me. Serra-me ao meio. Arde-me.
Mas peço-te meu amor
aproveitando este vento da tarde:
nunca na vida me deixes sozinho.
A solidão secar-me-ia de dor.
.
José António Gonçalves
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Repara no meu rosto e mede
a profundidade das minhas rugas.
Observa de perto o meu cabelo branco
e passa os dedos pelas minhas cicatrizes.
Tudo isso é a árvore que eu sou.
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Da copa inatingível e secreta
até ao abismo das fundas raízes.
Se me falares baixinho lembrarei
as suaves brisas de Outono e desprenderei
abraços dos meus ramos em folhas sedosas
para te atapetar o caminho.
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Se um dia te cansares de mim
corta-me. Serra-me ao meio. Arde-me.
Mas peço-te meu amor
aproveitando este vento da tarde:
nunca na vida me deixes sozinho.
A solidão secar-me-ia de dor.
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José António Gonçalves
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5 comentários:
Mas bah, guria.
Como é linda a paixão!
Como tudo nos parece possível, exceto a ausência...A solidão!
Parabéns pela escolha.
"A solidão secar-me-ia de dor."
a solidão fere,machuca.a solidão não existe fim porém sempre havera um recomeço!!!
beijokas e tenha uam boa noite!
Boa tarde, Flor!
retribuindo a visita e como sempre amando todos os textos daqui.
Bjos
Flor!
A solidão deve ser a coisa pior da vida,por tal sempre devemos percorrer os caminhos de mãos dadas com o amor.
Beijinhos e bfs.
Lisa
Passando para retribuir o que sempre retiro daqui para postar aos meus amigos...
Amo seu blog...vc "casa" bem a poesia e a imagem.
Bjs
Ducarmo
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