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Uma poesia ártica,
claro, é isso que eu desejo.
Uma prática pálida,
três versos de gelo.
Uma frase-superfície
onde vida-frase alguma
não seja mais possível.
Frase, não, Nenhuma.
Uma lira nula,
reduzida ao puro mínimo,
um piscar do espírito,
a única coisa única.
Mas falo. E, ao falar, provoco
nuvens de equívocos
(ou enxame de monólogos?)
Sim, inverno, estamos vivos.
Paulo Leminsk
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5 comentários:
“E, ao falar, provoco” a mais perfeita das poesias…
Quanta provocação.
Belíssimo poema.
abraços
Hugo
Mas bah, guria.
...nuvens de equívocos...
Calar ou falar podem ser iguais, a verdade de cada um, está naqueles que escutam...Ou não.
Flor,
..."Sim,inverno, estamos vivos."
Apesar das muitas palavras, um poema minimalista. Este é Paulo Leminski.
Beijos!
Alcides
Minha querida Flor
Lindissímo poema.
belas escolhas sempre.
beijinhos
Sonhadora
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