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A manhã parece calma
e, na verdade, o é
de tão calma e sem repentes,
retrata o que me desmancha,
me torna mansa e omissa
na mesmice vagarosa,
na pequenez que me envolve,
essa manhã só me mostra
o confuso do meu ser
a mesma janela aberta
para um idêntico dia
para um moroso passar
que anda do nada
ao nada a manhã se desenrola,
evoluindo em clarões,
meu viver se agarra nela
e se compassa de leve
ela se estende na noite,
fico pasma, por notar, n
a mesma janela aberta,
enquanto eu me perco na bruma,
a manhã virou luar.
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Dora Vilela
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