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A bailarina naquele palco encantada
Ultrapassa o que em nós é pão
E repasto.
Mexe com a sede de deuses
Que habita o homem.
É leve, lépida garça
Voando em ecos de antigos cristais.
Paixão quintessenciada.
Do sem-sabor do dia,
Do aparato das convenções,
Salta ela, borboleta em graça e fogo,
Dissolvendo crostas,
correndo túneis de emoção.
Toca-nos com seus translúcidos pedais.
Transpassa a alma
Com seus estiletes ritmados.
E sentimo-nos morrer de uma beleza em dor
Ao passo que ela, qual mimada deusa,
Só faz por crescer.
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(Tola bailarina que não sabe
Que a dança que agora dança
A ela já não pertence,
nem mais dela emana.)
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Fernando Canpanella
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