Estou de volta... como a primavera!

"Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa..."

Manuel Antonio Pina

quinta-feira, 30 de junho de 2011


Fotografia de ivi_'s, no Flickr

Transformar o amor para melhorar o amor
Transformar o corpo para melhorar o corpo.
Transformar a poesia para melhorar a poesia
Transformar este sítio para melhorar este sítio
mas transformar também este sitio para melhorar aquele sítio.
Transformar o corpo para melhorar outros corpos.
Transformar o amor para melhorar o amor

Gonçalo M. Tavares


quarta-feira, 29 de junho de 2011

"Na Florista"


Fotografia de Eduardo Bacelo Wezka

Um homem entra numa florista
e escolhe umas flores
a florista embrulha as flores
o homem leva a mão ao bolso
para tirar o dinheiro
dinheiro para pagar as flores
mas ao mesmo tempo
subitamente
leva a mão ao coração
e cai

Ao cair
o dinheiro corre pelo chão
e depois as flores caem
ao mesmo tempo que o homem
ao mesmo tempo que o dinheiro
e a florista ali parada
com o dinheiro a correr
com as flores a murchar
com o homem a morrer
Claro que tudo isto é muito triste
e ela tem que fazer qualquer coisa
a florista
mas não sabe como proceder
não sabe
por onde começar
Há tanta coisa a fazer
com aquele homem a morrer
com aquelas flores a murchar
e com aquele dinheiro
aquele dinheiro a correr
e que não pára de correr.

Jaques Prévert,
in "Palavras/Paroles" - Sextante, 2007
trad. Manuela Torres


terça-feira, 28 de junho de 2011

"Para Fazer O Retrato de Um Pássaro"

Imagem daqui

Pintar primeiro uma gaiola
com uma porta aberta
pintar em seguida
qualquer coisa bonita
qualquer coisa simples
qualquer coisa bela
qualquer coisa útil
para o pássaro.
Encostar depois a tela a uma árvore
num jardim
num bosque
ou numa floresta
Esconder-se atrás da árvore
sem dizer uma palavra
sem fazer um gesto...
Às vezes o pássaro vem logo
mas pode também demorar muitos anos
a decidir-se
Não desanimar
esperar
Esperar anos, se necessário for
pois a rapidez ou demora da chegada do pássaro
nada tem a ver com a qualidade do quadro
Quando o pássaro chegar
se por acaso chegar
manter um rigoroso silêncio
aguardar que o pássaro entre na gaiola
e quando ele entrar
fechar lentamente a porta com o pincel
Em seguida
apagar uma a uma todas as grades
tendo o cuidado de não tocar nas penas do pássaro
Pintar depois a árvore
escolhendo o seu mais belo ramo
para o pássaro
Pintar também o verde da folhagem e a frescura do vento
os raios de sol
e o clamor dos insectos no calor do verão
Em seguida aguardar que o pássaro se decida a cantar
Se o pássaro não cantar
é mau sinal
é sinal que o quadro não presta
mas se ele cantar é bom sinal
Sinal que se pode assinar
Arrancar então com todo o cuidado
uma pena do pássaro
e escrever o nome num canto do quadro.

Jacques Prévert,
in "Palavras/Paroles" - Sextante, 2007
trad. Manuela Torres


segunda-feira, 27 de junho de 2011

"Exaltação"


Desconheço a autoria da imagem

Venha!
Venha uma pura alegria
Que não tenha
Nem a senha
Nem o dia!

Abra-se a porta da vida
Sem se perguntar quem é!
E cada qual que decida
Se quer a alma aquecida
No lume da nova fé.

Venha!
Venha um sol que ninguém tenha
No seu coração gelado!
Venha
Uma fogueira de lenha
De todo o tempo passado!

Miguel Torga


domingo, 26 de junho de 2011


Oscar Niemeyer in NIEMEYER, Oscar. Diante do nada, 1999.

Não é o ângulo reto que me atrai
nem a linha reta, dura, inflexível,
criada pelo homem.
O que me atrai é a curva livre e sensual,
a curva que encontro nas montanhas
do meu país,
no curso sinuoso dos seus rios,
nas ondas do mar,
no corpo da mulher preferida.
De curvas é feito todo o universo,
o universo curvo de Einstein.

Oscar Niemeyer


sábado, 25 de junho de 2011

"Dualidade"


Desconheço a autoria da imagem

Somos quem somos?
Esta dualidade que me permeia confunde.
Difunde, margeia, semeia caos, candeia
Sem luz, não conduz, contunde, mareia.


Fomos quem somos?
Tempo, areia me enterra ou aterra,
me apoia ou me prende,
me tolhe ou distende,
me cala ou me berra.

Calor e frio, vazio, completo
carente, repleto, sonhador, concreto.
Dualidade, maldade, fiel sem balança,
andança, estagnação, mansidão, pujança.

Metade de mim arde, a outra congela.
Metade de mim é vida, a outra mazela.
Metade de mim irrompe, a outra afunda.
Metade de mim é glória, a outra imunda.

Seremos quem fomos?
Somos quem somos?
Dualidade, perversidade ou caridade?
Torvelinho, remanso, ação ou descanso.

Não sei! Se alguém sabe me conte.
Mas conte de manso.

Jorge Reigada


sexta-feira, 24 de junho de 2011



Felicidade é uma coisa com plumas
Naquele poleiro alto da alma
E entoa a melodia sem palavras
E nunca pára
nunca
E muito doce – na brisa – soa.
E zangada deve ser a tempestade
Que poderia confundir o passarinho
Que guarda tanto afeto.
Sempre ouço isso na terra gelada
E no mais estranho mar
Contudo, nunca, no extremo,
Ele pediu uma migalha – de mim.

Emily Dickinson


quinta-feira, 23 de junho de 2011

"Por toi et moi"



Desconheço a autoria da imagem

Pour toi et moi,
bombocado e canela
debruado em frou-frou,
pousa leve, saboroso.
Esperança tempera de verde
a toalha, salpicada,
toda ela de "pois".
Arte, beleza e poesia
se sentam,
cochicham
cúmplices,
pra tomar
chá.



quarta-feira, 22 de junho de 2011



Desconheço a autoria da imagem


Um deus também é o vento
só se vê nos seus efeitos
árvores em pânico
bandeiras
água trêmula
navios a zarpar

Me ensina
a sofrer sem ser visto
a gozar em silêncio
o meu próprio passar
nunca duas vezes
no mesmo lugar

A este deus
que levanta a poeira dos caminhos
os levando a voar
consagro este suspiro

Nele cresça
até virar vendaval

Paulo Leminski


terça-feira, 21 de junho de 2011

"Cantiga de Babá"



Ilustração: "Angel Boy", de Butcher Brand

Eu queria pentear o menino
como os anjinhos de caracóis.
Mas ele quer cortar o cabelo,
porque é pescador e precisa de anzóis.

Eu queria calçar o menino
com umas botinhas de cetim.
Mas ele diz que agora é sapinho
e mora nas águas do jardim.

Eu queria dar ao menino
umas asinhas de arame e algodão.
Mas ele diz que não pode ser anjo,
pois todos já sabem que ele é índio e leão.

(Este menino está sempre brincando,
dizendo-me coisas assim.
Mas eu bem sei que ele é um anjo escondido,
um anjo que troça de mim.)

Cecília Meireles


segunda-feira, 20 de junho de 2011

"Ícaro"


Lamento por Ícaro, de Herbert James Draper


A minha Dor, vesti-a de brocado,
Fi-la cantar um choro em melopéia,
Ergui-lhe um trono de ouro imaculado,
Ajoelhei de mãos postas e adorei-a.

Por longo tempo, assim fiquei prostrado,
Moendo os joelhos sobre lodo e areia.
E as multidões desceram do povoado,
Que a minha dor cantava de sereia...

Depois, ruflaram alto asas de agouro!
Um silêncio gelou em derredor...
E eu levantei a face, a tremer todo:

Jesus! ruíra em cinza o trono de ouro!
E, misérrima e nua, a minha Dor
Ajoelhara a meu lado sobre o lodo.

José Régio


domingo, 19 de junho de 2011

"Nox"


Fotografia “Lua Cheia na Praia da Bica”, daqui

Noite, vão para ti meus pensamentos,
Quando olho e vejo, à luz cruel do dia,
Tanto estéril lutar, tanta agonia,
E inúteis tantos ásperos tormentos.

Tu, ao menos, abafas os lamentos,
Que se exalam da trágica enxovia.
O eterno mal, que ruge e desvaria,
Em ti descansa e esquece, alguns momentos.

Oh! antes tu também adormecesses
Por uma vez, e eterna, inalterável,
Caindo sobre o mundo, te esquecesses,

E ele, o mundo, sem mais lutar nem ver,
Dormisse no teu seio inviolável,
Noite sem termo, noite do não-ser!

Antero de Quental


sábado, 18 de junho de 2011

"O Teu Rosto"


Desconheço a autoria da imagem


É o teu rosto ainda que eu procuro
Através do terror e da distância
Para a reconstrução de um mundo puro.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Esta espécie de loucura

Esta espécie de loucura
Que é pouco chamar talento
E que brilha em mim, na escura
Confusão do pensamento,

Não me traz felicidade;
Porque enfim, sempre haverá
Sol ou sombra na cidade.
Mas em mim não sei o que há.

Fernando Pessoa


sexta-feira, 17 de junho de 2011

"Ah, Poder Ser Tu, Sendo Eu!"


Desconheço a autoria da imagem


Ei-lo que avança
de costas resguardadas pela minha esperança
Não sei quem é. Leva consigo
além do sob o braço o jornal
a sedução de ser seja quem for
aquele que não sou
E vai não sei onde
visitar não sei quem
Sinto saudades de alguém
lido ou sonhado por mim
em sítios onde não estive
Há uma parte de mim que me abandona
e me edifica nesse vulto que
cheio de ser visto por mim
é o maior acontecimento
da tarde de domingo
Ei-lo que avança e desaparece
E estou de novo comigo
sobre o asfalto onde quero estar

Ruy Belo


quinta-feira, 16 de junho de 2011

"Casa Branca"


Fotografia de Martinusso’s

Casa branca em frente ao mar enorme,
Com o teu jardim de areia e flores marinhas
E o teu silêncio intacto em que dorme
O milagre das coisas que eram minhas.

A ti eu voltarei após o incerto
Calor de tantos gestos recebidos
Passados os tumultos e o deserto
Beijados os fantasmas, percorridos
Os murmúrios da terra indefinida.

Em ti renascerei num mundo meu
E a redenção virá nas tuas linhas
Onde nenhuma coisa se perdeu
Do milagre das coisas que eram minhas.

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração.

António Ramos Rosa


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sensação



Desconheço a autoria da imagem

No azul das tardes de verão, irei pelos caminhos
tracejado pelos trigos, pisar a erva tenra:
sonhante, sentirei a meus pés sua frescura.
Deixarei o vento banhar-me a cabeça nua.

Não falarei - pensarei em nada:
mas um amor infinito subir-me-á na alma, e eu
irei longe, bem longe, como um cigano, feliz
pela natureza -, na companhia da mulher sonhada.


Arthur Rimbaud
in "O rapaz raro, Iluminações e Poemas"


terça-feira, 14 de junho de 2011

"Hora da Saudade"


Imagem daqui


A tarde se esvai
lentamente
esgarçando suas luzes
em infinitos cristais
a tarde se esvai
e na alma fica um silêncio
de sinos mudos
uma espera ansiosa
de estrelas
uma saudade fininha
de não se sabe o quê.

Roseana Murray


segunda-feira, 13 de junho de 2011

"O Canto e as Armas"



Imagem daqui

É possível falar sem um nó na garganta.
É possível amar sem que venham proibir.
É possível correr sem que seja a fugir.
Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta.

É possível andar sem olhar para o chão.
É possível viver sem que seja de rastos.
Os teus olhos nasceram para olhar os astros.
Se te apetece dizer não, grita comigo: não!

É possível viver de outro modo.
É possível transformar em arma a tua mão.
É possível viver o amor. É possível o pão.
É possível viver de pé.

Não te deixes murchar. Não deixes que te domem.
É possível viver sem fingir que se vive.
É possível ser homem.
É possível ser LIVRE, LIVRE, LIVRE.

Manuel Alegre




domingo, 12 de junho de 2011

"Presença"


Imagem daqui

Entra-me em casa o murmúrio do mar
e ao fim da tarde assoma na janela
uma gaivota que me vem deixar
a mensagem mais simples,
mais singela,
que podia na vida desejar:
esta certeza de que estás comigo
mesmo quando te ausentas
e eu invento mil e uma formas
de escutar no vento o eco das palavras
que te digo.

Torquato da Luz


sábado, 11 de junho de 2011

"Surreal"


Desconheço a autoria da imagem


Fazer poesia
é como enfiar
agulha no vento
abotoar a chuva
procurar mel
no fundo do mar
pescar abelhas
nos rios de água doce
enviar suspiros
às luas de Vênus
fazer poesia
é namorar
as intimidades
do delírio

Carlos Alberto Pessoa Rosa


sexta-feira, 10 de junho de 2011

"Estranha Forma Anônima de Amar"



Desconheço a autoria da imagem

Toda a espera é delicada
Porém, aguarda-mree.

Toda a conquista é fascinante
Porém, descubra-me.

Toda a busca é incessante
Porém, encontre-me.

Somos sementes em espera
Porém, sem a certeza do encontro.

É tão estranho te querer de longe,
Tão arrebatador o que leio em teu olhar.

Tão sutil e desesperador esse tremor dentro do peito,
Tão estranha essa forma anônima de amar.

Nilvana Tereza Koppe

(Conforme consta no comentário abaixo, dando a devida autoria do poema. Desculpo-me com a autora e agradeço sua visita)



quinta-feira, 9 de junho de 2011

"Balada de Salomé"


Isadora Duncan

Meus bailados endoidecem,
Adormecem,
São riscos, que os meus sentidos
Com tules de ânsia vestidos,
Traçam no ar.
Endoidecem.
Plumas que caem no mar.

Alfredo Guisado

quarta-feira, 8 de junho de 2011


Desconheço a autoria da imagem

Que fazes por aqui, ó gato?
Que ambiguidade vens explorar?
Senhor de ti, avanças, cauto,
meio agastado e sempre a disfarçar
o que afinal não tens e eu te empresto,
ó gato, pesadelo lento e lesto,
fofo no pêlo, frio no olhar!

De que obscura força és a morada?
Qual o crime de que foste testemunha?
Que deus te deu a repentina unha
que rubrica esta mão, aquela cara?
Gato, cúmplice de um medo
ainda sem palavras, sem enredos,
quem somos nós, teus donos ou teus servos?

Alexandre O'Neill


terça-feira, 7 de junho de 2011

"Amor Como Em Casa"


Fotografia daqui

Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.

Manuel António Pina


segunda-feira, 6 de junho de 2011


Imagem daqui

Há palavras que nos beijam
como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
de imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
quando a noite perde o rosto;
palavras que se recusam
aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
entre palavras sem cor,
esperadas inesperadas
como a poesia ou o amor.

(o nome de quem se ama
letra a letra revelado
no mármore distraído
no papel abandonado )

Palavras que nos transportam
aonde a noite é mais forte,
ao silêncio dos amantes
abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill


domingo, 5 de junho de 2011


Dá-me lírios, lírios,
e rosas também.
Mas se não tens lírios
nem rosas a dar-me,
tem vontade ao menos
de me dar os lírios
e também as rosas.
Basta-me a vontade,
que tens, se a tiveres,
de me dar os lírios
e as rosas também,
e terei os lírios
e as rosas também,
e terei os lírios-
os melhores lírios-
e as melhores rosas
sem receber nada,
a não ser a prenda
da tua vontade
de me dares lírios
e rosas também.

Álvaro de Campos

sábado, 4 de junho de 2011


Desconheço a autoria da imagem

quando nasci. esperava que a vida.
me trouxesse. a terra. quando nasci.
esperava que a vida. me trouxesse.
as árvores. e os pássaros. e as crianças.
quando nasci. tinha o mundo. todo.
depois dos olhos. depois dos dedos.
e não percebi. não percebi. nada.
nunca imaginei. quando nasci. que a vida.
quando nasci. já era a escuridão. a escuridão.
em que estava. quando nasci.

José Luís Peixoto

sexta-feira, 3 de junho de 2011

"Dá-me a Tua Mão"


Desconheço a autoria da imagem

Dá-me a tua mão.
Dá-me a tua mão e partamos pelos ancestrais caminhos
onde o mar outrora colhia os sorrisos da infância.
Dá-me a tua mão neste momento em que já nada
me resta.
Em que todos os dias me conduziram às negras
alamedas de cidades que me eram adversas.

Esqueci as sendas onde a nudez da água
habitava os meus passos.

Perdi-me entre as pedras
julgando garantidas as promessas que imortalizavam
as velhas árvores protectoras dos gestos inseguros.

Por favor.
Dá-me a tua mão.

Fernando Gregório


quinta-feira, 2 de junho de 2011


Fotografia de Mark, daqui

Cinco passos para a frente,
era o infinito dos felizes.
Cinco passos para trás,
o curral dos ofendidos.

Não havia saída,
nenhum ermo onde esconder
a vida. Só a morte
nos dizia - por aqui.

José Miguel Silva


quarta-feira, 1 de junho de 2011


Fotografia de Henri Cartier Bresson

Afasta-te de mim, ó hora
o teu adejar feridas em mim cria
só: que farei com a minha boca agora?
com a minha noite?
com o meu dia?

Amada não tenho, sem casa estou
sem qualquer lugar onde viver
todas as coisas às quais me dou
enriquecem e gastam o meu ser.

Rainer Maria Rilke


Interlúdio com ...

Will You Still Love Me Tomorrow - Norah Jones

Will You Still Love Me Tomorrow

Norah Jones

Tonight you're mine completely
You give your love so sweetly
Tonight the light of love is in your eyes
Will you still love me tomorrow?

Is this a lasting treasure
or just a moment pleasure?
Can I believe the magic of your sight?
Will you still love me tomorrow?

Tonight with words unspoken
You said that I'm the only one
But will my heart be broken
When the night meets the morning sun?

I like to know that your love
This know that I can be sure of
So tell me now cause I won't ask again
Will you still love me tomorrow?

Will you still love me tomorrow?
Will you still love me tomorrow?...

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