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Vi-o doente, ouvi os seus gemidos;
Sinto a memoria negra, ao recordá-lo!
A Mãe baixava os olhos doloridos
Sobre o Filho. E era a Dôr a contemplá-lo!
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Depois, nesses instantes esquecidos,
Ou lhe falava ou punha-se a beijá-lo...
Mas, retomando, subito, os sentidos,
Estremecia toda em grande abalo!
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Fugia de ao pé dele sufocada,
A sua escura trança desgrenhada,
Os seus olhos abertos de terror!
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E então, num desespêro, a Mãe chorava,
E, por entre gemidos, só gritava:
Amor! amor! amor! amor! amor!
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Teixeira de Pascoaes
in 'Elegias'
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