Estou de volta... como a primavera!

"Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa..."

Manuel Antonio Pina
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domingo, 23 de outubro de 2011

"É Hora de Esconder o Bico"

Imagem de ElectronCloud in DeviantART

É a hora de esconder o bico
Entre as penas e adormecer.
É a hora de ficar quieto,
De mergulhar o bico entre as asas
E deixar que sopre
O vento fresco do sono.

É a hora em que as sombras leves
Amadurecem as coisas do mundo,
Em que nos céus desmaiados
Sobem as últimas palpitações
E o fumo da terra.
É a hora da breve doçura.

Quando as árvores, as flores e os pássaros
Principiam a envolver-se na imobilidade
E no silêncio...

Augusto Frederico Schmidt


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

"Desconhecida"



De repente é a viagem!
É o vento que brinca com as últimas árvores visíveis.
E há um pássaro que segue longamente meu navio
E que depois, exausto, retorna.

Quem és tu que, outrora, não conhecia
E que me levas nos teus braços,
Para onde, não sei?

Quem és tu que ainda há pouco não existias
E que me olhas com esses olhos antigos e íntimos
Que contemplaram comigo o nascimento do tempo?

Quem és tu?

Augusto Frederico Schmidt,
em O Caminho do Frio

Imagem: Fotografia de José Marafona


terça-feira, 10 de agosto de 2010

"A Ausente"

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Imagem Google
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Os que se vão, vão depressa,
Ontem, ainda, sorria na espreguiçadeira.
Ontem, dizia adeus, ainda da janela,
Ontem vestia, ainda o vestido tão leve cor-de-rosa.

Os que se vão, vão depressa,
Seus olhos grandes e pretos há pouco brilhavam,
Sua voz doce e firme faz pouco ainda falava,
Suas mãos morenas tinham gestos de bênçãos.

No entanto hoje, na festa ela não estava,
Nem um vestígio dela, sequer.
Decerto, quase todos, indiferentes e desconhecidos.

Os que se vão, vão depressa,
Mais depressa que os pássaros que passam no céu,
Mais depressa que o próprio tempo,
Mais depressa que a bondade dos homens,
Mais depressa que os trens correndo nas noites escuras,
Mais depressa que a estrela fugitiva,
Que mal fez um traço no céu.

Os que se vão, vão depressa.
Só no coração do poeta, que é diferente dos outros corações,
Só no coração sempre ferido do poeta,
É que não vão depressa os que se vão,
Ontem sorria na espreguiçadeira,
E o seu coração era grande e infeliz,
Hoje, na festa ela não estava, nem a sua lembrança,
Vão depressa, tão depressa os que se vão ...

Augusto Frederico Schmidt

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quarta-feira, 29 de julho de 2009

"Soneto"

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Eu queria chorar pelos que não choram.
Eu queria chorar pelos olhos secos,
Pelos olhos que são fontes
Onde as mágoas se purificam e se libertam.
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Eu queria chorar pelos corações feridos
E que sangram obscura e silenciosamente.
Eu queria chorar pelas almas mártires
Que estão invisivelmente entre nós.
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Eu queria chorar pelos indiferentes
E pelos que escondem num sorriso
As decepções de uma incompreendida bondade.
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Eu queria chorar pelas almas fechadas,
Pelas almas que são como os desertos
E que não conhecem a libertação das lágrimas!
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Augusto Frederico Schmidt
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segunda-feira, 27 de julho de 2009

" A Chuva Nos Cabelos"

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A chuva molhava os seus cabelos,
A chuva descia sobre os seus cabelos
Voluptuosamente.
A chuva chorava sobre os seus cabelos,
Macios,
A chuva penetrava nos seus cabelos,
Profundamente,
Até as raízes!
Ela era uma árvore,
Uma árvore molhada
E coberta de flores.
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Augusto Frederico Schmidt
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domingo, 28 de dezembro de 2008

O Amor Ficava Próximo...

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O amor ficava próximo.
Muitas vezes ouvíamos
Sua voz ansiosa
Procurando se revelar,
Ouvíamos o seu frêmito.
Sabíamos que ele estava triste
Por não rompermos as fronteiras
Que nos separavam.
Ele queria a fusão absoluta
E impossível.
Queria que sentíssemos indistintamente
Que fôssemos um único ser,
Que nos confundíssemos
E nos penetrássemos.
No entanto, raramente,
Vivíamos a unidade.
Nossas almas pousavam
Raramente no mesmo galho,
embora vivêssemos no mesmo ninho
Tínhamos consciência de que nos preparávamos
Para os grandes vôos
Solitários.
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Augusto Frederico Schmidt

domingo, 16 de novembro de 2008

"Soneto"

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Eu queria chorar pelos que não choram.
Eu queria chorar pelos olhos secos,
Pelos olhos que são fontes
Onde as mágoas se purificam e se libertam.
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Eu queria chorar pelos corações feridos
E que sangram obscura e silenciosamente.
Eu queria chorar pelas almas mártires
Que estão invisivelmente entre nós.
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Eu queria chorar pelos indiferentes
E pelos que escondem num sorriso
As decepções de uma incompreendida bondade.
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Eu queria chorar pelas almas fechadas,
Pelas almas que são como os desertos
E que não conhecem a libertação das lágrimas!
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Augusto Frederico Schmidt

domingo, 9 de novembro de 2008

"Soneto"

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Eu queria chorar pelos que não choram.
Eu queria chorar pelos olhos secos,
Pelos olhos que são fontes
Onde as mágoas se purificam e se libertam.
.
Eu queria chorar pelos corações feridos
E que sangram obscura e silenciosamente.
Eu queria chorar pelas almas mártires
Que estão invisivelmente entre nós.
.
Eu queria chorar pelos indiferentes
E pelos que escondem num sorriso
As decepções de uma incompreendida bondade.
.
Eu queria chorar pelas almas fechadas,
Pelas almas que são como os desertos
E que não conhecem a libertação das lágrimas...
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Augusto Frederico Schmidt

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

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Ela dançançando parecia a imagem
da roseira que os ventos estremecem.
Tais os perfumes que fugiam dela,
tal a impressão de rosa espetalada.
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Rodopiava ligeira, os pés tão leves
mal tocavam no chão; nos doces ares
parecia parar, visão graciosa,
com o seu branco vestido inesquecível.
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Que pensamentos fáceis e felizes
se escondiam por trás dos seus cabelos,
soltos à força do rodar das valsas!
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Que sentimentos doces de esperança
não te animavam, clara Josefina,
ó dançarina frágil como as rosas...
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Augusto Frederico Schmidt

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

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Ouço uma fonte
É uma fonte noturna
Jorrando.
É uma fonte perdida
No frio.
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É uma fonte invisível.
É um soluço incessante,
Molhado, cantando.
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É uma voz lívida.
É uma voz caindo
Na noite densa
E áspera.
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É uma voz que não chama.
É uma voz nua.
É uma voz fria.
É uma voz sozinha.
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É a mesma voz.
É a mesma queixa.
É a mesma angústia,
Sempre inconsolável.
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É uma fonte invisível,
Ferindo o silêncio,
Gelada jorrando,
Perdida na noite.
É a vida caindo
No tempo!
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Augusto Frederico Schmidt

terça-feira, 30 de setembro de 2008

"O Grande Momento"

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A varanda era batida pelos ventos do mar
As árvores tinham flores que desciam para a
morte, com a lentidão das lágrimas.
Veleiros seguiam para crepúsculos com as
asas cansadas e brancas se despedindo,
O tempo fugia com uma doçura jamais de
novo experimentada
Mas o grande momento era quando os meus
olhos conseguiam
entrar pela noite fresca dos seus olhos...
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Augusto Frederico Shmidt

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

"Amor a Galope"

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Não és apenas o meu amor:
És meu trigo batido,
És a substância de meu pão.
Não és apenas o meu amor,
Mas o calor volta contigo
E voltam as flores sorrindo na terra.
Não és apenas o meu amor:
És uma janela sobre a alba
E me dás pássaros e música.
Não és apenas o meu amor:
És o fim da grande caminhada
Com as primeiras paisagens amigas.
Não és apenas o meu amor:
És a infância madura, o silêncio
Cheio de música, a primeira palpitação,
O sinal da pequena esperança sorrindo
Depois de um longo tempo impenetrável.
E tudo que é simples e tranqüilo:
És o bom fogo que Deus me deu.
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Augusto Frederico Schmidt

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

"O Azul"

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O azul frio do mar
O azul cinza do mar
Entrou-me não somente pelos olhos
Mas invadiu-me todo,
Tocou-me o espírito,
Molhou-me as pupilas vazias
Do cego que sou.
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Senti o azul nas minhas mãos,
Cobri de azul meu corpo.
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O azul veio do mar
E caminhou ao meu encontro
E não era cor e ilusão
Mas um ser respirando
Que se abria diante de mim
Como um seio, como um abismo,
Como a face do meu destino.
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Augusto Frederico Schmidt

quinta-feira, 5 de junho de 2008

"Poética"

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Enquanto procuravam conceituar a poesia
E velavam sua face
Com palavras perfeitas,
Enquanto marcavam com sinais agudos
As fronteiras do domínio poético,
Enquanto a inteligência perseguia o mistério –
Veio descendo a tarde
E uma doçura mortal
Envolveu a rua e o mundo.
No céu quase roxo,
No céu incerto e delicado,
Asas escuras fugiam
Do noturno próximo
E subitamente, sinos
Soluçaram.
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Augusto Frederico Schmidt

Interlúdio com ...

Will You Still Love Me Tomorrow - Norah Jones

Will You Still Love Me Tomorrow

Norah Jones

Tonight you're mine completely
You give your love so sweetly
Tonight the light of love is in your eyes
Will you still love me tomorrow?

Is this a lasting treasure
or just a moment pleasure?
Can I believe the magic of your sight?
Will you still love me tomorrow?

Tonight with words unspoken
You said that I'm the only one
But will my heart be broken
When the night meets the morning sun?

I like to know that your love
This know that I can be sure of
So tell me now cause I won't ask again
Will you still love me tomorrow?

Will you still love me tomorrow?
Will you still love me tomorrow?...

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