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Todos dizem que estranho passarinho
sempre às tardes, litúrgico e iterado,
explora serra, rio, bosque, prado...
E volta entristecido ao mesmo ninho.
.Por que nunca o encontrei em meu caminho,
ele que também vive molestado
pela memória de um amor finado,
neste fado contrário e tão mesquinho?
.Abro a porta e olho para o azul distante...
Porém, nem pipas vejo em leve encanto,
nem o risco de um raio nesse instante...
.Então percebo quem adeja à toa,
é o meu sofrido coração em pranto,
que esse amor não esquece... teima... e voa...
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Reginaldo Costa de Albuquerque
Reginaldo Costa de Albuquerque
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