Arte de Ana Luisa Kaminski
Quantas vezes abri a porta ao mar por tua causa,
Estendi-lhe a minha alma persa e o corpo de linho
E ele, no seu desalinho,
Inundava-me os lábios de chuva
E num suspiro peregrino
Com dor, com sal e olhar de viúva,
Suplicava-lhe uma pausa
Naquele desgovernado largar de águas.
Mas o mar,
Depois de entrar,
Mareava todas as mágoas
E os meus olhos eram o seu destino.
Luana Lua