Estou de volta... como a primavera!

"Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa..."

Manuel Antonio Pina
Mostrando postagens com marcador J. G. de Araújo Jorge. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador J. G. de Araújo Jorge. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Soneto à tua volta



Imagem via Facepage Microcontos

Voltaste, meu amor... enfim voltaste!
Como fez frio aqui sem teu carinho.
A flor de outrora refloresce na haste
que pendia sem vida em meu caminho.

Obrigado... Eu vivia tão sozinho...
Que infinita alegria, e que contraste!
-Volta a antiga embriaguez porque voltaste
e é doce o amor, porque é mais velho o vinho!

Voltaste... E dou-te logo este poema
simples e humilde repetindo um tema
da alma humana esgotada e envelhecida...

Mil poetas outras voltas celebraram,
mas, que importa? – se tantas já voltaram
só tu voltaste para a minha vida...

J. G. de Araujo Jorge



segunda-feira, 7 de maio de 2012

"Esta Saudade És Tu"



Desconheço a autoria da imagem

Esta saudade és tu.. . E é toda feita
de ti, dos teus cabelos, dos teus olhos
que permanecem como estrelas vagas:
dois anseios de amor, coagulados.

Esta saudade és tu ... É esse teu jeito
de pomba mansa nos meus braços quieta;
é a tua voz tecida de silêncio
nas palavras de amor que ainda sussurram.

Esta saudade são teus seios brancos;
tuas carícias que ainda estão comigo
deixando insones todos os sentidos.

Esta saudade és tu ... É a tua falta
viva, em meu corpo, na minha alma, viva,
... enquanto eu morro no meu pensamento.

J. G. de Araújo Jorge


domingo, 8 de abril de 2012

"Pior"



Imagem daqui

Não é apenas só
que estou me sentindo...

É muito pior:
- estou me sentindo sem voce.

J.G. de Araújo Jorge


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

"As Chaves"


fotografia de Gil Regueiro


Felizes os homens que têm as chaves
porque só encontram portas abertas...
Como podem tantos homens dormir sossegados e felizes
de portas fechadas,
quando essas portas se fecham para tantos homens
que ficam sempre ao relento
e nunca podem entrar? 

Neste mundo de tantas portas,
quando teremos cada um, a sua chave,
e a sua hora de voltar?...

J.G. de Araujo Jorge


domingo, 1 de maio de 2011

"Gotas"



Na ponta de uma folha há uma gota indecisa,
vai crescendo, redonda, pequenina,
límpida e cristalina
como o esquife de um raio de luz...
De repente
a aragem tênue que passou
tremulou,
caiu...
E a gota pequenina sobre a terra fofa
desapareceu,
e o esquife de cristal partiu-se, e pelo espaço
livre, o raio de luz ressuscitou...
fugiu...
Eu conheço outra gota parecida:
a vida...

J. G. de Araujo Jorge
In "Bazar de Ritmos" - 1935


terça-feira, 21 de dezembro de 2010

"Poemeto nº 5"


Imagem Google


E, quando te encontro, falo-te daqueles momentos
que se enterraram, tristes, sem a tua presença ...

Falo-te de nosso amor que me faz feliz e infeliz,
e de ti, que és a minha alegria e a minha doença.

Conto-te de mim, para que te preocupes, para que tomes
nos teus braços, com este jeito de ternura que é só teu,
com desvelos de enfermeira
e carinhos de amante,
como se eu fosse mais que teu amor:
-fosse aquele filho que não tens,
mas que esperas a cada instante.

J G de Araujo Jorge


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

"Silenciosamente"

Imagem Google

Seguiremos assim, juntos, felizes,
juntos, felizes, pela vida afora...
- Tu, no silêncio em que mais coisas dizes!
- Eu, no silêncio em que me encontro agora!

Meu passo há de seguir por onde pises!
E a tua mão, que em minha mão demora,
há de, com o tempo, até criar raízes,
unindo vida a vida, hora por hora...

Seguiremos assim, como bem poucos,
bendizendo na nossa trajetória
os que souberam como nós ser loucos...

Loucos de amor, ébrios de amor - seguindo
para um mundo de sonhos, para a glória
do silêncio que vamos repartindo!

J. G. de Araujo Jorge
in Bazar de Ritmos


domingo, 5 de dezembro de 2010

"Paradoxo"


Imagem daqui

A dor que abate, e punge, e nos tortura,
que julgamos às vezes não ter cura
e o destino nos deu e nos impôs,
é pequenina, é bem menor, e até
já não é dor talvez, dor já não é
dividida por dois.

A alegria que às vezes num segundo
nos dá desejos de abraçar o mundo,
e nos põe tristes, sem querer, depois,
aumenta, cresce, e bem maior se faz,
já não é alegria, é muito mais
dividida por dois.

Estranha essa aritmética da vida,
nem parece ciência, parece arte;
compreendo a dor menor, se dividida,
não entendo é aumentar nossa alegria
se essa mesma alegria
se reparte.

J.G. de Araujo Jorge


sábado, 6 de novembro de 2010

"Janela Aberta"


Imagem Google

Chegaste em minha vida
como uma janela aberta
numa casa vazia e triste.

Trouxeste um dia de sol
um aceno de folhagem
um canto de pássaro.

Que importa se continuo
a ser a mesma casa
triste e vazia?

Debruçado à janela, agora,
posso te ver passar... todo dia...

J. G. de Araújo Jorge


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

"Quando Chegares"

.
Imagem Google
.
Não sei se voltarás
sei que te espero.

Chegues quando chegares,
ainda estarei de pé, mesmo sendo dia,
mesmo que seja noite, ainda estarei de pé.

A gente sempre fica acordado
nessa agonia,
à espera de um amor que acabou sendo fé...

Chegues quando chegares,
se houver tempo, colheremos ainda frutos, como ontem,
a sós;
se for tarde demais, nos deitaremos à sombra e
perguntaremos por nós...

J. G. de Araujo Jorge

.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

"Casa Abandonada"

.
Blogue de olharbrutal :Um Olhar Brutal, Casa Abandonada 2 - Av. Boavista - Porto
Fotografia de olharbrutal
.
Abro a janela da minha alma e espio:
- tudo é negro é completa a escuridão...
Nesse estranho lugar, triste e vazio,
hoje habita somente a solidão

Há teias de saudade em cada canto,
e a poeira de um amor cobre o seu chão...
São sombrias as salas, - velho encanto
há nesse feio e escuro casarão

Uma ruína em meu peito, abandonada,
com muros desbotados... cheios de hera...
-como um túmulo à beira de uma estrada,
que nada mais desta existência espera...

O tempo, pouco a pouco, já a consome,
- outrora, por exemplo - havia um nome
de mulher, no portal, mas se apagou...

Quantos homens como eu, na alma fechada,
vão levando uma casa abandonada
de onde alguém que partiu não mais voltou!..

J G de Araújo Jorge

.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

"Estado de Alma"

.
"Dia de Chuva", biatelierdeartes
.
Se eu fosse pintor,
pintaria este dia de chuva...

Depois
me mudaria
para o meu quadro...

J.G. de Araujo Jorge

.

quinta-feira, 4 de março de 2010

"Cantiga do Só"

.
"Padre Anchienta", by Portinari
.
Sem papel
escreveria como Anchieta à Virgem
nas areias brancas.

Sem praias, rabiscaria as paredes
ou riscaria o chão.
Sem chão, em suspenso, no espaço,
sem nada ver, sem nada encontrar,
ainda assim eu comporia
no ar,
no coração.

Se penso, ou sinto,
a emoção é palavra
e o silêncio é canção
ou hino.

- Que fazer?
É o meu destino.

J. G. de Araújo Jorge

.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

"Vermelho e Branco"

.
.
O sangue vermelho do homem branco,
do homem preto, do homem amarelo.
O sangue é vermelho, é um sangue só.
O leite branco da mulher branca,
da mulher preta, da mulher amarela.
O leite é branco, é um leite só.
Deus pôs por dentro de homens e mulheres
de aparências tão diferentes,
uma humanidade só:
o mesmo anseio, a mesma fome,
o mesmo sonho, o mesmo pó;
o mesmo sangue vermelho,
da cor da vida, da cor
do amor, e mais:
o mesmo leite branco,
da cor da paz.

José Guilherme de Araújo Jorge

.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

"Pássaros"

.
.
Há uma companhia que não aceito:
a dos pássaros engaiolados.

Gosto do rumor que fazem nos galhos
ao entardecer,
de seus cantos isolados que nunca poderemos saber
se serão reproduzidos
ou se partirão para sempre, com o vôo ignorado.

Gosto dos pássaros, eles são como as águas para a terra
semeiam cantos e mistérios
fecundam o céu de música.

Mas quero vê-los livres, como as nuvens nômades
como as correntes encachoeiradas.
Nas gaiolas seus cantos são lamentos aos meus ouvidos
e eu me sinto como um carcereiro num momento lúcido,
sem alegria.


J.G. de Araujo Jorge
"A Outra Face" - 1949


.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

"Soneto À Tua Volta"

.
.
Voltaste, meu amor... enfim voltaste!
Como fez frio aqui sem teu carinho....
A flor de outrora refloresce na haste
que pendia sem vida em meu caminho.
.
Obrigado... Eu vivia tão sozinho...
Que infinita alegria, e que contraste!
-Volta a antiga embriaguez porque voltaste
e é doce o amor, porque é mais velho o vinho!
.
Voltaste... E dou-te logo este poema
simples e humilde repetindo um tema
da alma humana esgotada e envelhecida...
.
Mil poetas outras voltas celebraram,
mas, que importa? – se tantas já voltaram
só tu voltaste para a minha vida...
.
J. G. de Araujo Jorge
.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

"Janela Aberta"

.
.
Chegaste em minha vida
como uma janela aberta
numa casa vazia e triste.
Trouxeste um dia de sol
um aceno de folhagem
um canto de pássaro.
Que importa se continuo a ser
a mesma casa triste e vazia?
Debruçado à janela, agora,
posso te ver passar... todo dia...
.
J. G. de Araújo Jorge
.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

"Desarvorado Navio"

.
.
A verdade é que depois que tu partiste
vou ficando cada vez mais triste,
cada vez mais morto,
de amor em amor, como um navio
de porto em porto...
.
Nesta angústia em que morro,
a olhar o céu vazio,
sem uma estrela para me guiar,
tenho a impressão de que vou acabar, como esse navio,
soçobrando, sem socorro,
na solidão do mar...
.
J.G. de Araujo Jorge
in "ESPERA..."- 1960

.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

"A Sós"

.
.
A sós,
como duas gaivotas
na solidão do céu,
em pleno mar,
sonhando no ar...
.
A sós,
lado a lado, sem alarde,
como dois pássaros num
alto ramo, ao cair da tarde...
.
A sós,
como duas mãos quando se
procuram e se encontram,
sem voz...
Como eu e tu quando
somos nós.
.
J. G. de Araújo Jorge
.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

"Cantarei o Amor"

.
.
Acima de tudo cantarei o amor
O de Cristo e Confúcio, o de Romeu e D. Juan,
acima de tudo cantarei o amor
.
Em todos os momentos, lascivos ou gloriosos,
mansos ou eróticos,
unindo dois ou arrastando milhões,
nascido da ternura ou da revolta,
procriando seres ou idéias,
acima de tudo cantarei o amor.
.
O amor-cimento e força -
que constrói e ilumina
que convoca e conquista,
- bola de neve do Bem inevitável -
acima de tudo cantarei o amor.
.
E o tirarei do coração
como a hóstia do cálice
ou o sol, da manhã,
ou a espada, da bainha,
- fulcro para a alavanca do meu verso
mover o mundo -
acima de tudo cantarei o amor.
.
J.G. de Araújo Jorge
.

Interlúdio com ...

Will You Still Love Me Tomorrow - Norah Jones

Will You Still Love Me Tomorrow

Norah Jones

Tonight you're mine completely
You give your love so sweetly
Tonight the light of love is in your eyes
Will you still love me tomorrow?

Is this a lasting treasure
or just a moment pleasure?
Can I believe the magic of your sight?
Will you still love me tomorrow?

Tonight with words unspoken
You said that I'm the only one
But will my heart be broken
When the night meets the morning sun?

I like to know that your love
This know that I can be sure of
So tell me now cause I won't ask again
Will you still love me tomorrow?

Will you still love me tomorrow?
Will you still love me tomorrow?...

Postagens populares

Total de visualizações de página