Estou de volta... como a primavera!

"Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa..."

Manuel Antonio Pina
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quinta-feira, 8 de maio de 2014


Imagem daqui

Não tenho cadernos
tudo o que eu escrevo
escrevo nas paredes do meu quarto.
Se é para estar presa:
que seja entre quatro poemas.

Rita Apoena



Imagem: http://demortalz.com/

— E você, por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

— Ah. Porque eu sou tímida.

Rita Apoena


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

"Alvorada"


Imagem Google

Quando você se sentir sozinho, pegue o seu lápis e escreva.
No degrau de uma escada, à beira de uma janela,
no chão do seu quarto. Escreva no ar, com o dedo na água,
na parede que separa o olhar vazio do outro.
Recolha a lágrima a tempo,
antes que ela atravesse o sorriso e vá pingar pelo queixo.
E quando a ponta dos dedos estiverem úmidas,
pegue as palavras que lhe fizeram companhia
e comece a lavar o escuro da noite,
tanto, tanto, tanto... até que amanheça.

Rita Apoena


quarta-feira, 21 de julho de 2010

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Invisible
Fotografia de Freyja
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Menina,
eu não queria comentar nada,
mas você tem cento e vinte borboletas
pousadas na sua tiara:
você pode voar a qualquer momento!

Rita Apoena

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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

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O arrepio é quando,
por serem tão leves,
seus dedos conseguem,
em cada um dos meus poros:
soerguer uma flor.
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Rita Apoena

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

"Alvorada"

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Quando você se sentir sozinho, pegue
o seu lápis e escreva. No degrau de
uma escada, à beira de uma janela,
no chão do seu quarto.
.
Escreva no ar,
com o dedo na água, na parede que
separa o olhar vazio do outro. Recolha
a lágrima a tempo, antes que ela
atravesse o sorriso e vá pingar pelo
queixo. E quando a ponta dos dedos
estiverem úmidas, pegue as palavras
que lhe fizeram companhia e comece
a lavar o escuro da noite, tanto, tanto,
tanto... até que amanheça.
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Rita Apoena

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

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Não é que o mundo seja só ruim e triste.
É que as pequenas notícias não saem nos grandes jornais.
Quando uma pena flutua no ar por oito segundos
ou a menina abraça o seu grande amigo,
nenhum jornalista escreve a respeito.
Só os poetas o fazem.
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Rita Apoena

domingo, 23 de novembro de 2008

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Não tenho cadernos.
Tudo o que escrevo
escrevo nas paredes do meu quarto.
Se é para estar presa
que seja entre quatro poemas...
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Rita Apoena

domingo, 16 de novembro de 2008

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Procura-se um amigo sozinho
de andar discreto e gesto silencioso.
Procura-se desesperadamente um amigo
que saiba se aproximarde um passarinho.
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Rita Apoena

terça-feira, 7 de outubro de 2008

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Lambeu as lágrimas que escorriam,
manchando a língua de tristezas.
Quando o vazio é muito grande,
as lágrimas são transparentes.
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Rita Apoena

sábado, 20 de setembro de 2008

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Quando você se sentir sozinho, pegue o seu lápis e escreva.
No degrau de uma escada, à beira de uma janela, no chão do seu quarto.
Escreva no ar, com o dedo na água,
na parede que separa o olhar vazio do outro.
Recolha a lágrima a tempo,
antes que ela atravesse o sorriso e vá pingar pelo queixo.
E quando a ponta dos dedos estiverem úmidas,
pegue as palavras que lhe fizeram companhia
e comece a lavar o escuro da noite,
tanto, tanto, tanto... até que amanheça.
.
Rita Apoena

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

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O arrepio é quando,
por serem tão leves,
seus dedos conseguem,
em cada um dos meus poros,
soerguer uma flor.
.
Rita Apoena

quinta-feira, 31 de julho de 2008

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Não é que o mundo seja só ruim e triste.
É que as pequenas notícias não saem nos grandes jornais.
Quando uma pena flutua no ar por oito segundos ou
a menina abraça o seu grande amigo,
nenhum jornalista escreve a respeito.
Só os poetas o fazem.
.
Rita Apoena

quinta-feira, 10 de julho de 2008

"Sugestão de Presente"

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Amor.
Bolinhas de sabão.
O som de copos com água.
O som das gotas no chão.
Um sorriso tímido.
A música por trás dos ruídos.
Um coração encostado no outro.
Um ou dois para sempres.
Um avião nas mãos de um menino.
Um barquinho de papel.
Uma pipa atravessando as nuvens.
Uma sementeira de tulipas.
Um mingauzinho de aveia.
Um par de meias listradas.
Dois ou três cata-ventos.
Uma palavra inventada..

Rita Apoena

segunda-feira, 26 de maio de 2008

"Sobre as Árvores"

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A árvore é o chão erguendo frutas ao alcance dos passarinhos.
Exceto quando fazem sombra,
nunca podem se deitar:
sua função é equilibrar ninhos.
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Rita Apoena

sábado, 24 de maio de 2008

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Alguns escrevem pela arte, pela linguagem, pela literatura.
Esses, sim, são os bons.
Eu só escrevo para fazer afagos.
E porque eu tinha de encontrar um jeito de alongar os braços.
E estreitar distâncias.
Encontrar os pássaros: há muitas distâncias em mim (e uma enorme timidez).
Uns escrevem grandes obras.
Eu só escrevo bilhetes para escondê-los, com todo cuidado, embaixo das portas."
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Rita Apoena

domingo, 11 de maio de 2008

"Tremores"

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Deito-me ao teu lado e meus dedos se desmoronam.
Já não têm onde morar, esconsos e sozinhos,
no cós da tua calça.
Sinto o tremor do teu corpo, o zíper abrindo fendas num terremoto.
O mundo se agita. A calça se parte.
Minhas mãos são agora
como fios de água sugados pela fenda na terra
e entram pelos tecidos de poliamida e algodão.

Minha boca te esconde em porões à prova de sismo:
o teu corpo treme, as ondas se espalham.
Pobre homem, não te assusta...
a minha saliva te queima, mas minha língua te acalma:
a minha boca é só um vulcão ao contrário.

Toma essas pétalas escondidas no bojo dos meus seios:
eu só queria que o teu mundo fosse tenro. E fosse calmo.
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Rita Apoena

sexta-feira, 9 de maio de 2008

"Sobre as Conchas da Mão"

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Toma o amor guardado entre as conchas da minha mão.
Dentro delas ouvi as ondas quebrando-se em pedras
e o espetáculo de um pequeno musgo nascido à beira de um raio de sol.
Dentro delas, ouvi a terra aninhando sementes
e plantas entrelaçando a ponta de suas raízes.
Finas raízes tentando sustentar o mundo sob as placas de cimento.
As placas de cimento, de onde germinam as casas
e crescem as pessoas,
entrelaçando a ponta de seus braços
e o mais fundo de seus corpos pela noite escura.
Dentro delas, ouvi o mundo inteiro tentando ser par...
e ouvi a ponta de tuas asas tocando minhas costas nuas,
teu instrumento de cordas e suspiros profundos.

Rita Apoena

quinta-feira, 8 de maio de 2008

"A Menina e o Arco-Íris"

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Todo dia, a menina corria o quintal, procurando um arco-íris.
Corria olhando para o alto, tropeçava e caía.
Toda vez que se machucava, vinha chorando uma cor.
Um dia, chorou o anil até esvaziá-lo dos olhos.
Depois, chorou laranja, chorou vermelho e azul.
Chorou verde. Violeta. Amarelo e até transparente!
Chorou todas as cores que tinha, todas as cores de dentro.
Então, abriu os olhos e nem o arco-íris, ela viu.
Não viu flores e borboletas. Não viu árvores e passarinhos.
Pensando que era ainda noite, deitou-se na cama e dormiu.
Pensando que era tudo escuro, nem levantar-se ela quis!
Ficou dormindo cinzenta, por dias e noites sem fim...
Foi quando um sonho, tão colorido, derramou-se dentro dela!
Tingiu o travesseiro e a fronha, o lençol e o pijaminha.
Tingiu a meia e o quarto.
Tingiu as casas e os ninhos!
A menina abriu a janela e viu que hoje não tinha arco-íris.
Mas tinha o desenho das nuvens.
Tinha as flores e um passarinho.
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Rita Apoena

Interlúdio com ...

Will You Still Love Me Tomorrow - Norah Jones

Will You Still Love Me Tomorrow

Norah Jones

Tonight you're mine completely
You give your love so sweetly
Tonight the light of love is in your eyes
Will you still love me tomorrow?

Is this a lasting treasure
or just a moment pleasure?
Can I believe the magic of your sight?
Will you still love me tomorrow?

Tonight with words unspoken
You said that I'm the only one
But will my heart be broken
When the night meets the morning sun?

I like to know that your love
This know that I can be sure of
So tell me now cause I won't ask again
Will you still love me tomorrow?

Will you still love me tomorrow?
Will you still love me tomorrow?...

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