trago o sabor
da amora;
por dentro,
uma saudade
que devora.
Por fora,
comemoro
a vida;
por dentro,
sou veia cava
obstruída.
Por fora,
um banquete
sobre a mesa;
por dentro,
essa dinamite
acesa.
Morreu o cravo,
sonhando
a margarida.
Pelo próprio espinho,
se fez a rosa,
ferida.
Por fora,
a poesia move;
por dentro,
o verso suicida.
Marcos Caiado