Desconheço a autoria da imagem
Quando acordares lembra-te de mim.
Eu sou aquele que te pegou na mão, e o que te acariciou os cabelos.
Estavas cheio de medo e o sono não conseguia arrastar-te para dentro de ti,
nem o tempo para dentro de tua mais íntima idade.
Precisavas
de alguém que te amparasse a cabeça e te falasse em voz alta.
Tantas vozes, lembras-te?
Tanto silêncio, lembras-te?
Eu estava lá e só eu te ouvia.
Tantas vozes, lembras-te?
Tanto silêncio, lembras-te?
Eu estava lá e só eu te ouvia.
Manuel António Pina
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