Não sabemos que fruto se pressente na boca,
confirmando um tempo de colheita.
Urgente se torna refazer o frágil
caminho das manhãs: um trajeto de água
nas pupilas dos pássaros, conquistando planícies,
fontes, lábios. Umas vezes vento, outras vezes barco,
mas sempre coniventes com a ilusão que se maneja
como um desvio para escapar à morte.
Setembro escreve-se a cor de mel,
quando a luz quase emerge da terra
e os dias, mais curtos, garantem que o sol
se reconcilie com a noite.
Graça Pires
in Ortografia do olhar
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