Ilustração de Dennis Auburn
não fomos feitos da terra
saídos das profundezas dos mares
para vivermos juntos
o humano arrasta consigo apenas a sua sombra
esse escuro estreito que o define
a nódoa de um beijo frio
ou noites e noites de amores de plástico
escavando por dentro do outro em busca de um sentido
sem ver que somos só fome e a cicatriz do umbigo
uma ou outra doença prega-nos a uma cama
com tubos a sair dos braços e do rosto
e são ramos secos
da antiga e grande árvore do paraíso desde sempre negado
e onde se lê paraíso
deverá ler-se em perífrase
aquele bem estar de onde somos expulsos a cada dia
Paulo José Miranda
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