Fotografia de Chaerul Umam
Eis, então, que, de repente,
vi como ela se perdia:
um pouco quando falava,
ou quando nada dizia,
outro pouco quando andava,
ou quando apenas sorria,
ou quando só me fitava,
ou quando se ia, se ia.
E ia-se assim, mais e mais,
perdendo-se, dia a dia,
ano a ano, a cada sonho,
amor ou melancolia.
Perdia-se… Mas uma sombra
(e ninguém dela sabia)
ia colhendo o perfume
em que ela se ia, se ia.
Sombra que, vaga na sombra,
docemente recolhia,
no tempo, no sonho, o aroma
em que ela se desfazia.
E se desfez de tal modo,
tanto se perdeu, que, enfim,
se um dia quiser se achar,
só se encontrará em mim.
Ruy Espinheira Filho
vi como ela se perdia:
um pouco quando falava,
ou quando nada dizia,
outro pouco quando andava,
ou quando apenas sorria,
ou quando só me fitava,
ou quando se ia, se ia.
E ia-se assim, mais e mais,
perdendo-se, dia a dia,
ano a ano, a cada sonho,
amor ou melancolia.
Perdia-se… Mas uma sombra
(e ninguém dela sabia)
ia colhendo o perfume
em que ela se ia, se ia.
Sombra que, vaga na sombra,
docemente recolhia,
no tempo, no sonho, o aroma
em que ela se desfazia.
E se desfez de tal modo,
tanto se perdeu, que, enfim,
se um dia quiser se achar,
só se encontrará em mim.
Ruy Espinheira Filho
2 comentários:
Algumas vezes, vamos nos perdendo pelo caminho e nem nos damos conta.
Quando não dizendo o que pensamos e sentimos, quando abrimos mão da nossa vontade, da nossa essência...
Gostei de ler, uma poesia que não conhecia.
Desejo um feliz Natal.
Abraços
Sônia
Boa tarde, Sonia. Quando li este poema, gostei muito, especialmente da ultima parte, quando expõe a permanência dela dentro dele, apesar de tudo que se perde. Um santo e abençoado Natal a você!
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