Arte de Gabriel Pacheco
De ilhas
sei cada silêncio
acerca do que sou
há cerca feita de vento
difícil fincar os pés
quando se é asa
que se faz vela de navegar
e parte
para além de dogmas
há um oceano suspenso
arrebentando nas paredes
de minhas artérias
esse mar que me navega
inventa territórios mais reais que o chão
(que engole a vida com sua bruta poesia)
eu quero o despertar da alma sem nenhum alarme
sem pressa
ser a presa
e a fome lenta que aprecia a boca
o mastigar do alimento
quero transformar o espírito (do tempo)
para além da matéria
ser etérea
e do Todo fazer meu toldo
uma casa e um telhado de estrelas
uma aldeia entoando um cântico
evocando o deus que sou.
eu quero Soul no blues do fim do dia.
Laryssa Costa
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