Foto de Dalva Nascimento |
Esta é a hora. O lugar.
Em que nada acontece. Nada é.
Nada prospera.
A cegante claridade de um deserto.
A imobilidade de uma janela sufocada.
Repara, toca, saboreia
este silêncio.
Os nomes coagulados
numa pronúncia pétrea.
Uma dicção nula que traduz um rigoroso vazio.
É aqui. Neste dia apunhalado pelas costas,
nesta árida zona fantasma,
onde nada diz nada,
neste cenário de brancura isenta e calada,
que me ponho a escrever
o poema.
Sandro Fortes
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