Arte Maria Fett |
Vive-se nas plantas dos pés,na espiga do corpo,
nos braços do vento,
no calor das espáduas,
na beira da memória,
no eito do esquecimento,
nas asas negras das pálpebras,
no dia sonolento ou na noite árdua,
imerge-se no tempo
com assídua violência,
acossados pelos músculos da água
ou por um sôfrego fogo,
vive-se em várzeas
de claridade e treva,
deita-se a cabeça
num leve sono vegetal.
Vive-se nos abismos do puro acaso,
entre a silenciosa sombra da casa
e a cavalgada sonora da voz.
Sandro Fortes
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