Arte de @ Natalia Drepina |
Aqui de perto vejo o rio para além do mundo, para além dos prédios. E esse rio surge-me tão maior, maior do que o mar.
Para além desta janela tudo é rio sem margens nem curvas sinuosas
[apenas as tuas por trás da janela que os meus olhos tudo recortam]
A cegueira do copo liberta-me da prisão do espelho. E no copo está a parte do rio que quero só para mim.
Em cada gota se conta o tempo, como ampulheta líquida
[em cada gota o teu desenho margem do meu rio]
Aqui de perto, mesmo aqui tão perto, sem te poder tocar, sou ilha e rio à procura do teu mar.
Para além desta janela não há nada senão a vontade de ti
[chamo-te. sonho-te na corrente do sonho]
Paulo Nunes
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